Mais de cinco milhões de estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tiveram que dissertar sobre “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".
A estudante de Salvador, Ulli Silva tem 21 anos. Ela conta que uma palavra no enunciado chamou atenção.
Para a socióloga e professora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, Tânia de Almeida, o tema serve para selecionar futuros universitários afinados com a defesa dos direitos humanos.
A Assessora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Jolúzia Batista, definiu a escolha do tema como um “grande o”, já que, segundo ela, a violência contra a mulher precisa ser debatida na sociedade.
Nas redes sociais, estudantes e políticos também criticaram as provas do sábado e domingo que abordavam a questão de gênero. Os deputados federais Marco Feliciano, Jair e Carlos Bolsonaro publicaram em suas páginas oficiais do Facebook que o tema é uma tentativa de doutrinar os estudantes sobre ideologia de gênero.
Em nota oficial, a secretária Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, disse que o tema da redação é um avanço para toda a sociedade quebrar com a banalização da cultura da violência.
O Canal de Atendimento à mulher, o Disque 180, já registrou, desde a criação em 2005 até o primeiro semestre deste ano, cerca de 4,5 milhões de atendimentos a mulheres vítimas de violência.





