A Semana Mundial do Aleitamento Materno traz como tema este ano "Mulheres que trabalham e amamentam". A iniciativa busca sensibilizar empresas sobre a importância da amamentação. A mulher que amamenta falta menos ao trabalho porque seu filho adoece menos. O bebê é beneficiado pois continua recebendo o leite materno, que possui anticorpos, que previnem doenças.
Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
A amamentação também ajuda a mãe a voltar mais rapidamente ao seu peso após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o aleitamento materno aconteça desde a sala de parto, seja exclusivo e em livre demanda até o sexto mês. Segundo o pediatra Moises Chencinski, idealizador do movimento Eu Apoio Leite Materno, a estimativa brasileira de aleitamento materno exclusivo é de apenas 52 dias.
Pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada em 2009, mostrou que 34% das mães com bebê menor de um ano e que trabalham fora de casa não amamentam mais a criança. Enquanto que entre as mães que não trabalham fora, esse índice é menor, de 19%.
Muitas mulheres, ao voltarem ao trabalho, não conseguem continuar amamentando e acabam desistindo. A nutricionista Patrícia Queiroz explica que, com o desmame precoce, normalmente outro leite é introduzido.
Ao retornar ao trabalho, para que a amamentação seja mantida, pelo menos, até o 6º mês, a lei prevê ainda períodos de tempo para que a mulher amamente ou retire leite para seu filho. São duas pausas, de meia hora cada uma, que não se confundirão com os intervalos normais de repouso e alimentação.
A mulher pode, inclusive, combinar com a chefia para chegar meia hora depois e sair meia hora antes do horário de trabalho ou, ainda, acumular os períodos e tirar uma hora por dia.
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançaram em 2010 uma nota técnica com orientações para as empresas instalarem salas de apoio à amamentação. As salas de apoio à amamentação são espaços dentro da empresa em que a mulher, com conforto, privacidade e segurança, pode esvaziar as mamas, armazenando seu leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao seu filho.
Luiz Antonio Setti Barbosa, médico e coordenador de Medicina e Qualidade de Vida de uma empresa do ramo de cosméticos, explica os benefícios das salas de parto.
Como parte das comemorações da Semana Mundial de Aleitamento Materno, “mamaços” estão sendo organizados em diversas cidades do mundo. Os mamaços são manifestações para a sensibilizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno natural. Estes eventos surgiram a partir do incômodo de mulheres que eram constrangidas ao amamentarem seus filhos em locais públicos.
O pediatra Moises Chencinski comenta que, em São Paulo, já há uma lei que multa estabelecimentos que constranjam mães que quiserem amamentar em público.
A jornalista Raquel Godoi, hoje militante da causa, conta que teve muitas dificuldades para conseguir amamentar seu filho João, hoje com onze meses. O drama de Raquel só chegou ao fim quando ela procurou orientação do Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). Lá, ela recebeu tratamento e aprendeu a colocar o bebê para mamar em diferentes posições.
Dado divulgado pela Receita Federal, em 2012, indicava que menos de 10% das empresas brasileiras haviam aderido ao programa Empresa Cidadã, que assegura a ampliação da licença-maternidade para 6 meses. Ou seja, grande parte das trabalhadoras brasileiras não pode permanecer com seus filhos durante o período de amamentação exclusiva. As empresas que aderirem ao Programa podem abater do imposto de renda o total da remuneração integral paga à funcionária no período adicional. Mais informações no site...




