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Em audiência, Cabral diz que usou helicóptero do estado para viagens particulares

Rio de Janeiro
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Ícaro Matos
22/02/2017 - 09:57
Rio de Janeiro

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral itiu que usou os helicópteros do Estado para fins particulares.

 

A declaração foi dada em depoimento à Justiça do Rio, nessa terça-feira (21), por meio de videoconferência, diretamente do Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da cidade, onde o ex-governador está preso desde o dia desde 17 de novembro do ano ado.

 

Neste caso, Cabral é réu em ação popular que apura se houve excessos na utilização das aeronaves pelo ex-governador durante os seus mandatos.

 

Na audiência, o ex-governador confirmou que costumava usar os helicópteros em viagens para ar o final de semana em Mangaratiba, no litoral sul fluminense, onde ele tinha uma casa de veraneio.

 

Cabral reconheceu ainda que houve ocasiões em que foram feitas mais de uma viagem no mesmo dia, para transportar a mulher, Adriana Ancelmo, os filhos, a babá das crianças e até o cachorrinho da família.

 

Ele alegou que as viagens de helicóptero eram feitas por motivo de segurança, já que recebia constantes ameaças, direcionadas a si próprio e à sua família.

 

Cabral disse ainda que seguia recomendação da Subsecretaria do Gabinete Militar do Estado, porque, no trajeto até Mangaratiba, era necessário ar por algumas regiões perigosas, como a Avenida Brasil.

 

Essa informação foi confirmada pelo subsecretário-adjunto de Operações Aéreas do governo estadual, coronel Marcos César, que explicou ainda que o custo do transporte aéreo seria cerca de 50% menor que o da mesma viagem por via terrestre.

 

Entretanto, o subsecretário militar da Casa Civil do governo, coronel Fernando Paraíso, revelou que a decisão de ir à Mangaratiba de helicóptero era sempre de Cabral e que, às vezes, ele preferia ir de carro, apesar das recomendações de segurança e dos custos mais elevados.

 

Para o autor da ação popular, o procurador aposentado Cosmo Ferreira, as alegações do ex-governador não fazem sentido, já que se ele estava sob ameaça, o mais prudente seria não ir à Mangaratiba. Ferreira afirmou ainda que o caso caracteriza uso de bem público para fins particulares.

 

A mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, que também prestaria depoimento, foi dispensada da audiência.

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