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Fluxo migratório diminui depois de conflitos entre brasileiros e venezuelanos em RR

Venezuelanos
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Lucas Pordeus León - Enviado Especial
22/08/2018 - 20:53
Pacaraima (RR)

O fluxo imigratório reduziu em Pacaraima após os episódios de violência do último final de semana. Segundo relatos dos profissionais que trabalham com a triagem de imigrantes, até semana ada eram diárias as longas filas no posto de identificação. Mas, desde o último domingo, os venezuelanos que vem pedir refúgio ou residência temporária no país conseguem ser atendidos assim que chegam ao centro de triagem da fronteira.

 

Além disso, não se vê mais grandes aglomerações nas ruas, com venezuelanos atrás de doações ou pedindo esmola. Os comerciantes locais ouvidos pela reportagem contam que de três a dois anos para cá o cotidiano da cidade mudou drasticamente.

 

A pacata cidade de cerca de 12 mil habitantes, na fronteira com a Venezuela, em Roraima, começou a conviver com novos problemas. A comerciante Elis Regina Albuquerque acredita que a sensação de insegurança levou aos protestos.

 

O estopim para as manifestações contra os imigrantes foi a agressão a um comerciante local, praticada supostamente por venezuelanos.

 

O ministério Público Estadual de Roraima abriu, nesta quarta-feira, uma investigação para apurar o crime de tentativa de latrocínio e a negativa de se usar uma ambulância para o transporte do ferido, outra reclamação dos moradores. O Ministério Público também solicita a instauração de um inquérito policial para investigar os fatos.

 

Apesar da redução no fluxo imigratório, ainda é possível ver grupos de venezuelanos tentando refúgio no Brasil. Um grupo de cinco pessoas andava a pé os 215 quilômetros entre Pacaraima e Boa Vista, a capital do estado. Um deles, o imigrante Júlio César Astudillo, de 34 anos, espera conseguir trabalho em algum lugar no Brasil.

 

Também é possível ver venezuelanos já com emprego e integrados à sociedade brasileira. Jéssica Vega, de 28 anos, está há quatro meses trabalhando em uma lanchonete na estrada. Ele conta que a vida dela melhorou no Brasil.

 

Além de Jéssica, há outros venezuelanos trabalhando em hotéis, restaurantes e comércios da região.

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