O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, nessa terça-feira (16), o embaixador do Uruguai em Brasília, Carlos Daniel Amorín-Tenconi, para dar explicações sobre pronunciamento do chanceler do país vizinho.
O ministro do Exterior do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, acusou o Brasil de tentar comprar o voto do país para evitar a presidência da Venezuela no Mercosul.
Segundo o jornal uruguaio El País, o ministro Novoa falou na Câmara de Deputados, de lá, que o ministro José Serra teria pedido ao Uruguai que não asse a presidência do Mercosul para a Venezuela em troca de futuras negociações comerciais.
Em nota, o Itamaraty declarou que o governo brasileiro recebeu com profundo descontentamento e surpresa as declarações do chanceler Novoa e que o teor das declarações não é compatível com a excelência das relações entre os dois países.
O ime gerado no Mercosul repercutiu no Senado nessa terça-feira. O senador do PMDB, Roberto Requião, criticou o atrito com os vizinhos.
O senador do PSDB, Aécio Neves, defendeu a atuação do Itamaraty.
A presidência do Mercosul é rotativa entre os cinco membros do grupo. No fim de julho, encerrou-se o mandato do Uruguai que aria o cargo ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Mas Brasil, Argentina e Paraguai são contra, criando um ime ainda sem solução.
Segundo nota do Itamaraty, a Venezuela não cumpre requisitos jurídicos mínimos e não seria capaz de liderar a integração do bloco. Os venezuelanos am por uma crise política e econômica e a oposição tenta implementar um referendo para revogar o mandato de Nicolás Maduro.




