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Educação

Cursos de federais têm melhores resultados em indicador de qualidade

C é um dos principais indicadores do ensino superior
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/12/2020 - 09:02
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - A Universidade Estadual do Rio de Janeiro(Uerj) volta às aulas. De acordo com os diretores, a decisão pela volta deve-se ao avanço no restabelecimento das condições mínimas de limpeza, manutenção de elevadores e segurança e à preocupação com o enorme prejuízo que os sucessivos adiamentos vêm impondo aos estudantes de graduação e do Colégio de Aplicação (CAP). Profundamente atingida pela crise financeira do governo fluminense, a Uerj adiou cinco vezes o início das aulas referentes ao segundo semestre de 2016. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cursos de instituições públicas federais obtiveram os melhores resultados no Conceito Preliminar de Curso (C), divulgado hoje (9) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O C é um dos principais indicadores de qualidade do ensino superior. Os resultados são referentes a 2019. Entre os cursos avaliados estão medicina, enfermagem e engenharias.

O indicador segue uma escala de 1 a 5. O conceito 3 é uma espécie de média. Aqueles que tiveram um desempenho menor que a maioria recebem conceitos 1 ou 2. Já os que obtiveram desempenho superior recebem os conceitos 4 ou 5.

Ao todo, 1.008 cursos de instituições federais obtiveram conceito 4 e 68 cursos, conceito 5. Isso significa que 75,7%, ou três a cada quatro cursos avaliados nessas instituições, estão “acima da média”, com conceitos 4 ou 5. 

Entre as instituições privadas, que são as que concentram mais de 75% das matrículas de estudantes dos cursos avaliados, 1.068, o equivalente a 31% dos cursos de instituições com fins lucrativos, e 1.047, o equivalente a 38% dos cursos de instituições sem fins lucrativos, obtiveram os maiores conceitos. 

Educação a distância 

Entre os cursos a distância, 23,3% obtiveram conceitos 4 ou 5. A educação a distância representa, no entanto, apenas 2% de todos os cursos avaliados. Considerando somente os cursos presenciais, a porcentagem “acima da média” foi maior, 42,7% obtiveram conceitos 4 ou 5.  

Indicador de qualidade 

O C leva em consideração diferentes aspectos dos cursos de graduação, como o desempenho dos estudantes nas provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a percepção dos próprios estudantes em relação ao curso e à formação dos professores.

A cada três anos, um conjunto diferente de cursos é avaliado no Enade. São os mesmos que têm o C divulgado pelo Inep. No ano ado, foram cursos das áreas de ciências agrárias, ciências da saúde e áreas afins; engenharias e arquitetura e urbanismo; e os cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar e de segurança.

Ao todo, foi o calculado o C de 8.188 cursos de graduação de 1.215 instituições de ensino superior. Considerando todas as instituições e as modalidades, 22 cursos - o equivalente a 0,3% - obtiveram conceito 1, o mais baixo; 665 cursos, ou 8%, o conceito 2; 4.034 cursos, ou 49,3%, conceito 3; 3.255 cursos, ou 39,8%, obtiveram conceito 4; e, 212, ou 2,6%, o conceito 5, o máximo.

De acordo com o Inep, além de subsidiar a definição de politicas públicas, os resultados do C são utilizados como critério seletivo ou de distinção em processos de supervisão e regulação da educação superior; na construção de matriz de distribuição orçamentária para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; e em programas e políticas públicas do governo federal, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Ministério da Educação

Em entrevista coletiva concedida nesta manhã, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, destacou a importância de se conhecer, em um contexto de pandemia do novo coronavírus, os resultados dos cursos da área de saúde. “Os resultados do C 2019 têm ainda mais relevância no cenário atual porque, em 2020, conhecemos o desempenho dos cursos da área de saúde, a qualidade dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia, entre outros, que são determinantes para a formação dos profissionais que hoje estão nos hospitais e postos de saúde enfrentando a pandemia”, disse.

“Em crises sanitárias como a que vivemos, não resta dúvida que para oferecer serviços de qualidade, precisamos de técnicos qualificados. O investimento em educação superior é imperativo para o desenvolvimento científico, para a propulsão da inovação e a empregabilidade”, acrescentou. 

Na avaliação do presidente do Inep, Alexandre Lopes, os resultados do C foram satisfatórios. “Pela natureza da forma como o indicador é construído, é normal que se tenha uma concentração menor nos dois extremos, tanto nas notas mais baixas, quanto nas notas mais altas. Mas, quanto a gente junta todas, observa que estão mais próximas do topo da escala que do início. Dessa forma, a gente entende que os números são satisfatórios”.