Brasil poderá rever voto sobre patrimônios culturais na Palestina ocupada
O governo brasileiro poderá rever o voto na 199ª Sessão do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em decisão sobre o patrimônio cultural nos territórios ocupados.
Em nota divulgada hoje (9) pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo informou que a decisão não faz referência expressa aos vínculos históricos do povo judeu com Jerusalém, particularmente o Muro Ocidental, santuário mais sagrado do judaísmo, o que é considerado "um erro, que torna o texto parcial e desequilibrado".
A 199ª Sessão do Conselho Executivo adotou, por 33 votos a favor, seis contra, 17 abstenções e duas ausências, decisão sobre o patrimônio cultural nos territórios ocupados. O Brasil votou favoravelmente à decisão. O trecho mencionado pelo Itamaraty diz respeito, entre outras questões, a locais considerados patrimônio cultural em Jerusalém e que são alvo de disputa com a Palestina. Tratam-se dos itens 19 e 20 do documento com as decisões do Conselho disponível na internet.
Restaurações
O documento revela que os países que participam do Conselho Executivo da Unesco lamentam profundamente a recusa de Israel em implementar decisões anteriores da organização. Há abuso de poder por parte do país, incluindo agressões à liberdade de muçulmanos de o à mesquita Al-Aqsa, localizada em território sob comando israelense, além da agressões a civis, sheiks e padres.
Entre outras questões relacionadas aos edifícios e seus arredores, o documento manifesta "profunda preocupação" com o fechamento e não renovação das obras do Portão Al-Rahma. Também pede a Israel que reabra o local e pare de obstruir as obras e restaurações necessárias para reparar danos causados pelo clima e vazamento de água nas salas do edifício.
Os países reiteram agradecimento à Jordânia pela cooperação e instam Israel a cooperar com o país, respeitando disposições para proteção dos bens culturais em caso de conflito armado, além de facilitar o o de especialistas da Jordânia ao Portão Mughrabi.
Livre o
"O governo brasileiro revisará seu voto caso as deficiências apontadas na referida decisão não sejam sanadas em futuro exame do tema pela Unesco", acrescentou a nota. O Brasil reitera o posicinamento a favor do livre o dos fiés do cristianismo, islamismo e judaísmo aos lugares santos da Cidade Velha de Jerusalém, bem como seu apoio aos acordos vigentes entre Israel e Jordânia para sua istração.
O Brasil votou a favor da decisão junto a países integrantes dos BRICs como a China, Índia e África do Sul, além de países como Argentina, México e Espanha. Entre os países contrários estão Estados Unidos e Alemanha.


